Esqueci-me de mim.
Foi assim que cresci, a suprimir a minha vontade em prol dos outros.. da minha mãe e da sua sanidade, tranquilidade.
Esqueci-me de mim.
Torno vezes sem fim a esse esquema, da filha que não pode desapontar, a mulher que não pode desiludir.
Esqueci-me de mim.
Esqueci-me de mim.
Torno vezes sem fim a esse esquema, da filha que não pode desapontar, a mulher que não pode desiludir.
Esqueci-me de mim.
O medo permanece. O de ficar sozinha. Mas a ironia das ironias foi ter vindo a afastar-me daqueles que sempre lá estariam. A família. Dei tudo aos amigos. Cresci para eles. Entreguei a minha vida aos outros.
Esqueci-me de mim.
Tanto dei que atingi um ponto de não poder dar mais, mas todos contam comigo para lá estar. Todos esperam de mim aquilo que sempre fiz, o extraordinário. E quando eu já não estou a conseguir dar tudo, acusam-me de pensar em mim.
E eu que me tinha esquecido de mim...
'E eu que me tinha esquecido de mim...'
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