Uma coisa é certa, só existe desilusão quando nos iludimos com alguém ou alguma coisa. Quando achamos que ao darmos de nós vamos ter alguma coisa igual em retorno, estamos a enganar-nos. Não só porque a Vida nos faz mudar constantemente, como os níveis de dar são diferentes para uns e outros. Logo, o que eu hoje consigo dar, posso não conseguir dar amanhã, OU, o que o outro nos deu hoje, amanhã pode não conseguir dar de igual modo. Restas-nos mesmo não criar ilusões. Conhecer bem as pessoas a quem damos.
Uns dirão que as pessoas no seu âmago são boas ou más. Talvez. Não sei dizer, acho que não conheço pessoas más. As com quem me cruzei deixei-as seguir caminho (longe do meu de preferência). E as (boas) pessoas que eu conheço, têm todas as suas vicissitudes e mudanças no Tempo que as vão moldando. E assim acontece comigo também. Assim acontece com toda a gente, a uns mais a outros menos. Outros ainda mudam devagar e há ainda alguns que mudam conscientemente rápido, não quer dizer que nas atitudes inconscientes não tornem a ser o que eram.
Assim foi acontecendo comigo, que só de mim posso falar com "toda" a certeza, se é que alguma vez a tenho. As coisas mudam tão rápido, tão mais rápido que as pessoas! Sei lá eu o que vai acontecer "amanhã"!? Enfim.
Todos nos iludimos um dia com alguém, ou com todos. Quando o sangue nos corre nas guelras e falamos tudo sem pensar e sentimos as coisas no expoente máximo da emoção e a vida é uma festa! Ahh, a juventude! Essa devassa que nos tenta perseguir por uma vida e nos faz cometer as maiores loucuras, aventuras e erros da nossa Vida..inteira. Essa coisa da juventude, que não queremos largar por nada, mantê-la presente, como se fosse a única coisa que nos separa da morte certa, da fase adulta. Eu deixei ir parte dessa juventude quando me apercebi o quão fantástico é ser-se adulto, ter responsabilidade (mas não muita), ter consciência dos meus actos e dos actos dos outros contra e a favor de mim. Foi aí que me apercebi que estava muito iludida. Havia demasiada desilusão a acontecer. Ilusões que eu criara em torno desta ou de outra criatura que eu conhecia. Ilusões que quando se quebraram, quebrou-se o elo com essas pessoas. E foram esses maus momentos, que me ensinaram a estar atenta aos outros de outra forma, a perceber quem era uma ilusão ou que ilusões eu tinha. Vê-los realmente como são. E então escolher: partilhar o caminho com essas pessoas, aceitando as qualidades e defeitos delas, mesmo sabendo que alguns desses defeitos se poderiam virar-se contra mim! Ou deixa-las percorrer o seu caminho, outro caminho que não o mesmo que partilhámos até ao momento.
A desilusão faz doer. A não-ilusão faz-te seguir o caminho. Perceber que todos estamos realmente sozinhos, porque os outros só estão connosco por um período limitado. E raramente esse tempo que passamos pelas vidas uns dos outros equivale à vida inteira do outro. A maior parte das vezes são períodos curtos, encontros flash que nos mostram algo de novo ou diferente, em 1 semana ou 1 mês e ficam na memória para a vida inteira; há os que passam por fases: amigos de infância, que são os nossos irmãos emprestados, mas que a determinada altura a Vida nos leva para caminhos diferentes. Há os que passam o tempo de escola connosco, todos os dias juntos e de repente ....."Quem? O Tal-e-coiso? Nuuuuunca mais o vi!"
E depois... há os (muito) poucos que conseguem atravessar essas fases todas e chegar ao tempo Adulto. E sobre esses..... só é pena quando se quebra o elo que nos unia.
ironia das ironias
AS MAIORES LIÇÕES ACONTECEM NOS PIORES MOMENTOS DA VIDA.
quinta-feira, 15 de setembro de 2016
segunda-feira, 8 de agosto de 2016
Tesouro.
Tenho 37 anos. E já conto com alguns amores e desamores no lombo.
Não posso dizer que sou uma expert em relações, mas consegui aprender com as que tive.
Acabo de aprender recentemente isso mesmo, que valeu a pena passar por todas as desilusões e lágrimas. Todas elas me tornaram mais forte. Mas não fechada.
Houve alturas em que acreditei que estaria fechada sim, sem capacidade de me entregar a mais ninguém, tantas foram as "pancadas" que apanhei de seguida. Cheguei a concluir que esta coisa de Amor não era para mim..
Mais uma vez (esta última) a vida mostrou-me o contrário.
Afinal eu tinha direito a ser feliz e podia abrir o coração ao Amor.
E foi maravilhoso... por dois meses.
E de novo apareceram os mesmos sintomas de sempre. Eu cheia de Amor para dar e alguém que não sabia dar ou receber Amor...
Então todos os ensinamentos e provações que a Vida me tinha trazido no passado fizeram sentido.
Não posso dizer que sou uma expert em relações, mas consegui aprender com as que tive.
Acabo de aprender recentemente isso mesmo, que valeu a pena passar por todas as desilusões e lágrimas. Todas elas me tornaram mais forte. Mas não fechada.
Houve alturas em que acreditei que estaria fechada sim, sem capacidade de me entregar a mais ninguém, tantas foram as "pancadas" que apanhei de seguida. Cheguei a concluir que esta coisa de Amor não era para mim..
Mais uma vez (esta última) a vida mostrou-me o contrário.
Afinal eu tinha direito a ser feliz e podia abrir o coração ao Amor.
E foi maravilhoso... por dois meses.
E de novo apareceram os mesmos sintomas de sempre. Eu cheia de Amor para dar e alguém que não sabia dar ou receber Amor...
Então todos os ensinamentos e provações que a Vida me tinha trazido no passado fizeram sentido.
Eu sou toda Amor. Amor esse que quero oferecer. Eu sou um tesouro com algo tão precioso que tem de ser conquistado e não desperdiçado. Não posso pretender ensinar alguém a amar, ou a aceitar o meu amor.
sexta-feira, 15 de julho de 2016
Esquecida.
Cresci com o medo de ficar sozinha. Vivi com esse medo durante muito tempo. Ele fez com que eu me moldasse com uma necessidade constante de agradar os outros, de não desiludir. Esqueci-me da minha vontade, ou nunca a tive.
Esqueci-me de mim.
Esqueci-me de mim.
Foi assim que cresci, a suprimir a minha vontade em prol dos outros.. da minha mãe e da sua sanidade, tranquilidade.
Esqueci-me de mim.
Torno vezes sem fim a esse esquema, da filha que não pode desapontar, a mulher que não pode desiludir.
Esqueci-me de mim.
Esqueci-me de mim.
Torno vezes sem fim a esse esquema, da filha que não pode desapontar, a mulher que não pode desiludir.
Esqueci-me de mim.
O medo permanece. O de ficar sozinha. Mas a ironia das ironias foi ter vindo a afastar-me daqueles que sempre lá estariam. A família. Dei tudo aos amigos. Cresci para eles. Entreguei a minha vida aos outros.
Esqueci-me de mim.
Tanto dei que atingi um ponto de não poder dar mais, mas todos contam comigo para lá estar. Todos esperam de mim aquilo que sempre fiz, o extraordinário. E quando eu já não estou a conseguir dar tudo, acusam-me de pensar em mim.
E eu que me tinha esquecido de mim...
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